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HISTÓRIA

Em 1994, Danone (Leandro) e Jamaica (Edilson), então membros da banda Taquicardia, conhecem Lambão (Renato) que vai a alguns ensaios desta banda, tornando-se amigo dos integrantes. Danone (baixista) e Jamaica (baterista) continuam na Taquicardia até janeiro de 1995, quando decidem deixá-la e, juntamente com Lambão na guitarra e Alemão (Oziel) nos vocais, formam uma nova banda de Punk Rock. Faltava um nome para o grupo, e Danone sugeriu o de um projeto de banda que ele tinha há alguns anos antes. Todos gostam do nome e os DEZERDADOS começam a ensaiar na garagem da casa do baixista, no Jardim Iguatemi, zona leste da cidade de São Paulo. Nessa época, os quatro integrantes moram no mesmo bairro, o que possibilita a freqüência dos ensaios e ajuda muito na criação das músicas. Pouco tempo depois resolvem mudar a forma de escrever o nome da banda: DESERDADOS. Com alguns meses de existência gravam uma demo em fita cassete para começar a divulgação de suas músicas.

As letras, de forma geral, abordam temas do cotidiano na cidade, o desemprego, a violência nas ruas, o desejo de mudança, de liberdade. Nessa primeira demo, intitulada “Grito de Revolta”,  estão músicas como: Em Nome da Lei, Hostilidade Militar (com uma base totalmente diferente da que foi gravada no CD “Mau Exemplo?...”) e 3º Mundo (que era uma versão de uma música da banda The Adicts). A produção da demo não fica boa, mas mesmo assim conseguem os primeiros shows. A primeira apresentação ao vivo ocorre na zona norte de São Paulo. Neste show dividem palco com as bandas Invasores de Cérebros, Indigesto, Não Nascidos e Diagnóstico Social. Alguns meses depois, conseguem participar da abertura de um show da banda Inocentes, juntamente com Lixo Suburbano e DZK. Já no começo, a banda mostra uma grande influência do punk rock do final da década de 70 e início dos 80, inclusive tocando em seus shows músicas de bandas como Stiff Little Fingers, X-Ray Spex, Anti-Nowhere League, Clash e Adicts, o que era pouco feito na época. Isso gera uma simpatia por parte de muitas pessoas que iam aos shows e gostam de bandas deste estilo. Todavia, os Deserdados dão mais importância às músicas próprias. O reggae e o ska também são influências marcantes, mas na época ainda faltava certa ‘técnica’ para fazer músicas em tais ritmos.

Nessa época, os shows mais freqüentes acontecem na zona sul e leste da cidade de São Paulo, em Mogi das Cruzes, Taubaté, Pindamonhangaba e no ABC Paulista. O primeiro show fora do Estado de São Paulo acontece em Macaé, no Estado do Rio de Janeiro, após uma viagem longa e cansativa em um ônibus torto, que só possuía alguns bancos, e em que estavam amontoadas dezenas de pessoas, as bagagens, os instrumentos, garrafas, latas, etc...

Em 1996, é criado o coletivo anarquista “O Motim” ao qual fazem parte principalmente jovens do Jardim Iguatemi, Cidade Tiradentes e Mogi das Cruzes, além dos integrantes da banda. Muitos dos encontros desse coletivo são realizados na Praça do Jardim Iguatemi, próximo ao local de ensaio dos Deserdados. Nessa praça, acontecem os primeiros shows da banda em seu próprio bairro. Estes shows são ao ar livre e por lá também se apresentam bandas como a extinta Rhinoceros, Suicidas do Subúrbio (que deu origem a atual Colisão Social), e bandas de Mogi das Cruzes.

São convidados a participar da coletânea em CD “SP PUNK Vol. 1”, organizada pela Desculpe Aturá-los Records. As músicas escolhidas foram Punk Até A Morte e Eu Não Quero Mais. Essa coletânea, bem como os outros volumes da mesma, dá um grande impulso ao Punk Rock paulistano nos anos 90, estimulando muitas pessoas a formarem bandas, e outras que estavam inativas há anos, voltarem a tocar. Este CD é responsável pelo primeiro contato dos Deserdados com a mídia (revistas especializadas em Rock, rádio, etc).

Ainda em meados de 1996 a banda firma seu estilo. Todos da banda preferem o Punk Rock ‘old school’ e isso fica explícito nas músicas que estavam fazendo. Em 1997 partem para a gravação de mais uma fita demo, desta vez com cinco músicas. 1977, Normas, Deixem-Me Em Paz, 3º Mundo e Humilhação são gravadas no Estúdio Da Tribo, então localizado no bairro do Tatuapé. Essa demo, chamada simplesmente de “Deserdados”, foi muito bem comentada por revistas e fanzines, e os shows ficaram cada vez mais freqüentes, dentro e fora do Estado de São Paulo.

A banda, desde o início, opta por não se prender as ditas “panelas”, pois acham que essa é a melhor forma de conseguir shows em diversos lugares e para um público variado. No entanto ainda existem muitas barreiras, principalmente pelo fato de não ter um CD próprio. Apresentaram-se no festival “20 anos do Movimento Punk no Brasil” realizado em  Santo André/SP, dividindo o palco com bandas como Cólera, Subviventes e Invasores de Cérebros.

Entram no ano de 1998 com planos de gravar uma nova demo. É um ano em que se apresentaram muitas vezes no ABC paulista, principalmente em Santo André e em São Bernardo do Campo, na extinta casa de shows Planeta Rock. No último dia desse ano, gravam no Estúdio Cameratti, em Santo André, as primeiras três músicas para a citada nova demo. São elas Rotina De Um Escravo, Destruidores e Distante Da Nossa Realidade.

Em 1999, o Planeta Rock e o Hangar 110 - este em São Paulo - são passagem obrigatória para a maioria das bandas estrangeiras de Punk Rock e Hardcore que aterrizavam no Brasil. No começo desse ano, a banda Subviventes convida FDS, Invasores de Cérebros e Deserdados para abrirem um dos shows da turnê da banda inglesa The Varukers, no Planeta Rock. Esse seria o último show com Alemão nos vocais dos Deserdados. Seguem como um trio, com Lambão assumindo os vocais. Uma coletânea beneficente em CD é lançada pelo selo independente ROTHENESS RECORDS, na qual participam com a música 1977. A coletânea é chamada de “NOISE FOR DEAF Vol.1” e a renda é doada à uma instituição que cuida de crianças com problemas de audição em São Paulo. Nessa ocasião, os Deserdados eram a única banda de Punk Rock da compilação, sendo que as demais seguiam estilos como o Grindcore, o Crust, o Crossover... Isso prova que não se importam de tocar com bandas de estilos diferentes, inclusive fora da cena Punk/HC. Novamente entram em estúdio para gravar mais uma parte do que seria a nova demo. São as músicas Não Há Chances, Lavagem Cerebral, Brasil e Yo Quiero Ser Libre.
No mesmo ano, participam de outra coletânea em CD (Punk Rompendo Fronteiras), que reúne bandas do Brasil, Argentina, Peru e Bolívia. As músicas escolhidas são: Não Há Chances e Yo Quiero Ser Libre.

A idéia de lançar uma nova demo muda para a de lançar o primeiro CD solo da banda. Porém precisam de mais músicas gravadas, o que fazem no início de 2000. Em tempo recorde gravam, mais uma vez no Estúdio Da Tribo, as músicas que completam o CD: Rock de Combate, Inferno Cinza, 1977, Humilhação, Punk Até A Morte e 3º Mundo.  “REVOLUÇÃO, AGORA!” é o primeiro CD, lançado em agosto de 2000, depois de mais de 5 anos de estrada. O trabalho tem boa aceitação por parte do público, fanzines e revistas, inclusive internacionais. Com apenas alguns meses com o CD nas lojas, são convidados para uma entrevista no zine Antimidia de Nenê Altro, um antigo amigo. Esse os convida para lançarem o próximo trabalho pelo seu selo, Teenager in a Box.

Os shows com bandas de fora ficam mais freqüentes. Entre 2001 e 2002, no Hangar 110, participam da abertura dos shows das bandas Rasta Knast(Alemanha), Varukers e Lurkers(UK). Em Campinas tocaram com os finlandeses do Riistetyt. Marcam presença também nos grandes festivais underground que acontecem em São Paulo: 1º Festival SP Punk, A Um Passo do Fim do Mundo, Rock em Sampa,  Da Tribo Rock Festival, e O Fim do Mundo.

Em meio a tudo isso, entram em estúdio novamente, para a gravação do segundo CD. Algumas músicas são velhas conhecidas do público e outras inéditas. São elas Hostilidade Militar, Normas, Fanzine, Assim É A História, Mau Exemplo, Deixem-Me Em Paz, Bomba, Agora É A Nossa Vez, Em Nome Da Lei, Vivendo Nas Ruas, Eu Não Quero Mais, Falha Mortal e O Racismo Não Deve Existir. Este segundo trabalho solo da banda é lançado em dezembro de 2002 e seu título é “MAU EXEMPLO?...”.

Em 2003, entra para a banda Celo (Marcelo), como segundo guitarrista. Passam esse ano fazendo vários shows para a divulgação do segundo CD. Entre 2004 e 2007 permaneceram fazendo shows nos mais diversos lugares, porém mais esporádicos, por motivos pessoais dos integrantes da banda. Mesmo afastados dos estúdios de gravação, continuaram preparando músicas para um novo CD. Em 2007 são convidados para abrir um dos shows da banda norte-americana The Casualties. No início de 2008, Danone decide deixar a banda, por motivos pessoais. Celo, até então guitarrista, assume o baixo e a banda volta a ser um trio. No ano seguinte, Jamaica deixa a banda, também por motivos pessoais, e Favela, velho amigo da banda, assume as baquetas.

A formação Lambão, Celo e Favela seguiu tocando ininterruptamente, fazendo shows dentro e fora do estado de São Paulo, com grandes bandas nacionais e internacionais, como Überyou, Varukers e GBH.

Finalmente, após 10 anos sem lançar um disco completo, entre 2012 e 2013, a banda entra em estúdio para gravação do novo disco de músicas inéditas. O disco é intitulado "MAIS UM DIA", e conta com 13 músicas: Cidadão Venerável, Cidade Insônia, Sem Respostas, Mais Um Dia, Não Há Porque, Balas Perdidas, Se Você Me Acompanhar, Descartável, Qual Rumo Seguir, Identidade, Intolerância, Joseph K e Sem Regras. O disco conta com a mesma "pegada" característica dos discos anteriores: riffs simples e diretos, letras fortes e refrões marcantes.
Em novembro de 2013 o CD é lançado em digipack pela Red Star (www.redstar77.com), com arte e produção musical de primeira, totalmente DIY. Após o lançamento do CD, iniciou-se a produção para lançamento também em Vinil, mas ainda sem data definida.

 

O lançamento veio para incomodar e é mais uma prova de que a cena e os Deserdados vivem e vão invadir o seu cérebro!

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